Covenant Protestant Reformed Church
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Salmo 73 e Graça Comum

David J. Engelsma

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

 

Esta é a questão urgente no Salmo 73, como na experiência de todo aquele que teme a Deus: A quem Deus é bom? A quem ele favorece? A quem ele abençoa: Israel ou o ímpio? … A santidade do Israel verdadeiro é proeminente no texto: "para com os limpos de coração." Israel é a igreja …

Embora a bondade de Deus no Salmo 73 não seja a perfeição do seu ser, mas sua bênção graciosa sobre o seu povo, a perfeição do seu ser está em jogo na verdade do salmo. Da perfeição do seu ver procede a sua bondade para com o seu povo. A bondade de Deus para com Israel revela que Deus é bom em si mesmo. E se Deus não é bom de fato para Israel nesta vida, mas sim para o ímpio, então ele não é bom em si mesmo. Ele não é bom porque ele prometeu ser bom ao seu povo. Um deus que não guarda sua promessa não é o Deus do evangelho de Cristo.

Da mesma forma, o ensino que Deus abençoa o ímpio réprobo não é um erro insignificante. É um engano supor que os teólogos podem debater sem fim a questão da graça comum num espírito de tolerância. A verdade do ser e perfeições de Deus está em jogo. Por exemplo, Deus é um Deus justo. Como um Deus justo, ele abençoa homens e mulheres de acordo com a Sua justiça e com base na justiça deles através da morte expiatória de Jesus Cristo. Sobre que base Deus abençoa o ímpio, que está fora da igreja eleita por Cristo, pelo decreto de reprovação do próprio Deus? A única explicação por aqueles que confessam a doutrina bíblica que Cristo morreu somente pela igreja eleita é que a graça de Deus ignora e conflita com a Sua justiça. Ele tem uma atitude de favor, ou amor, para com homens e mulheres, e abençoa-os à parte da cruz de Cristo. Mas se Deus pode abençoar pecadores culpados à parte da cruz de Cristo na vida terrena e com respeito às coisas materiais, por que ele não pode estender seu favor salvífico e as bênçãos da vida eterna a eles, à parte da justiça da morte de Cristo? A graça comum é universalismo incipiente, e o universalismo nega a cruz …

Pregadores legítimos e fiéis do evangelho devem pregar esta verdade. Eles não devem proclamar ao velho infiel rico, saudável e gordo, que pare um pouco de amaldiçoar, beber e fornicar só para dizer: "Eu certamente sou abençoado." "Sim, de fato, Deus é gracioso para você e te abençoa abundantemente." Se os pregadores querem ser livres do sangue de tais incrédulos, eles devem antes pregar: "Se você pensa que é abençoado por Deus, és um tolo! A ira de Deus está te destruindo com cada dólar que você investe, cada lagosta que come, e cada respirada que dá! Não há bênção na incredulidade e impiedade! Nenhuma! Não há shalom para o ímpio, nem na eternidade vindoura, nem nesta vida. Arrependa-se!"

Fonte: David J. Engelsma, Prosperous Wicked and Plagued Saints: An Exposition of Psalm 73 (RFPA, 2007), pp. 2-3, 9-10, 14.

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